Palhoça SC, está localizada no litoral catarinense a aproximadamente 15 quilômetros da capital Florianópolis, Ilha da Magia. A "Certidão de Nascimento" de Palhoça tem registro em 31 de julho de 1793 quando o então governador João Alberto Miranda Ribeiro enviou o ofício nº 7 ao Conde Rezende, Vice-Rei do Brasil, Capitão-General de Mar e Terra do Estado do Brasil indicando Caetano Silveira de Mattos para receber uma patente militar. O documento afirma: “[...] Este omem é activo e Zeloso para o serviço, é muito trabalhador e bastantemente remediado, porque possui uns poucos de mil crusados: tem principiado um famoso estabelecimento no sertão, digo no interior do sertão da Terra Firme, na estrada que vai para a villa de Lages, onde conserva bastante escravatura, e grandes derrubadas, para principiar as suas plantações. Agora mesmo se acha actualmente empregado na factura de um armazém ou Palhoça, que mandei construir nos mattos da Terra Firme, para fazer um depósito de farinha, com que possa subsistir naquelle lugar, caso me seja na precisão de me retirar a ele, depois de fazer na Ilha toda a oposição que me for pocivel aos inimigos. [...]”
Caetano Silveira de Mattos estabelecido às margens do Rio da atual Ponte de Imauim, construiu um entreposto comercial em forma de pau-a-pique, cuja cobertura de palhas derivou o nome Palhoça. Pertencente à Desterro de 1733 a 1833, quando passou à administração de São José até 1894, data em que ocorreu a emancipação politico-administrativa de Palhoça.
A história de Palhoça está intimamente ligada aos índios Tupi Guaranis, os primeiros habitantes da região antes de ser colonizada no século XVIII pelos portugueses açoriano-madeirense, estabelecidos inicialmente na região da Enseada do Brito.
Mais tarde, no século XIX, chegaram os imigrantes alemães, italianos, africanos e outras etnias, cujos valorosos trabalhos alavancaram o desenvolvimento econômico, social e cultural do município.
No início do século XX, Palhoça trilhou a estrada do progresso, sendo grande produtora e fornecedora de alimentos vindos do interior, destaque para os hortifrúti, além da pecuária forte. A grande quantidade de engenhos e olarias forneciam farinha de mandioca, telhas, tijolos, transportados em lanchões e negociados no Mercado Público da antiga Desterro e daí para se dirigiam a outros estados. Além disso Palhoça era ponto estratégico para a passagem das tropas carregadas de mercadorias demandadas da região serrana. Ao longo desses caminhos foram surgindo os povoados transformados, hoje, em municípios, além do desenvolvimento da região Central de Palhoça
A beleza natural, aliada à ascensão econômica foi motivo para a Assembleia Legislativa votar a Lei Provincial nº 949 de 8 de novembro de 1882 elevando o povoado à categoria de Freguesia com a denominação de Senhor Bom Jesus de Nazaré da Palhoça, embora, ainda subordinado ao município de São José.
Nova Lei cria o Distrito em de 28-09-1886, depois é elevada à Vila através do Decreto Estadual nº 184, de 24-04-1894, durante o governo de Floriano Peixoto. Já desmembrada de São José, chega à condição de cidade, por Lei Estadual nº 1.245, de 22-08-1919.
Com a emancipação político-administrativa edifica-se uma extensa Palhoça dona de 4.770 km² de área, distribuída em 4 distritos a saber: Palhoça, Enseada de Brito, Santo Amaro do Cubatão e Teresópolis. O antigo tirirical da sede e o atoleiro, antes intransponíveis, agora já despontam casas enfileiradas ao redor da recém construída praça, com arquitetura no estilo luso-brasileira. A ‘Rainha do Litoral’ nasce alardeada pelo jardim, Prefeitura, Igreja, e desponta em ritmo acelerado de desenvolvimento, entretanto, com as sucessivas divisões administrativas, Palhoça foi perdendo território para formação de outros municípios. Em 31 dezembro de 1963, consolida-se em torno de dois distritos: Palhoça e Enseada do Brito, abrangendo 133 km² de área e uma população estimada pelo IBGE em 2020 de aproximadamente 175 272 habitantes, sendo o décimo município mais populoso do estado.
Comemorar os 127 anos de Emancipação Política de Palhoça é trazer à memória esses fatos para construir o presente e o futuro, sem esquecer a história. É preservar os manguezais que ocupam 70% de sua área, um dos maiores da América do Sul, que resistem à impiedosa especulação imobiliária. É enlevar a criação do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro em 1975, rico em fauna e flora. Para proteger a rica biodiversidade da região e os mananciais hídricos que abastecem as cidades da Grande Florianópolis e do Sul do Estado, o Parque está sediado no vale do Massiambu
Atualmente, a Palhoça alvissareira, lugar paradisíaco e acolhedor, destaca-se no turismo privilegiada por sua localização próxima da capital catarinense, da BR101, BR 282, Universidades, Polo industrial e comercial, considerada uma das cidades que mais cresce em Santa Catarina. As belas praias de mar azul e verde esmeralda adornam as areias claras, destino perfeito para quem quer sossego ou badalar nas ondas da Guarda do Embaú, praia localizada numa pequena comunidade de pescadores artesanais. Por sua beleza natural e projetos de preservação ambiental é aclamada Reserva Mundial do Surfe, famosa nacional e internacionalmente. Recebe água de sua excelência, o Rio da Madre, proporcionando um charme todo especial no paradisíaco lugar repleto de turistas e surfistas.
A Praia do Sonho emoldurada por um mar azul turquesa é frequentada por veranistas na alta temporada.
A Praia da Pinheira, por sua vez, apresenta cerca de 7 quilômetros de extensão envolta de trilhas e natureza exuberante. O recôncavo formado na costa do mar divide-se em praia de Baixo e Praia de Cima.
Praia de Fora sublime é seduzida pela magia de 1043 metros de altura da base ao pico do imponente Morro do Cambirela,
A praia da Ponta do Papagaio, preferida por banhistas, acessa trilha panorâmica da histórica Ilha de Araçatuba e a Fortaleza de Nossa senhora da Conceição.
A Praia de Pedras Altas, a segunda praia de nudismo mais frequentada de Santa Catarina, apresenta mar tranquilo e sossego aos amantes da filosofia naturista.
A bela Enseada de Brito, único Distrito além da Sede que sobrou da divisão do antigo território de Palhoça, permanece adormecida em berço esplêndido. Com suas águas calmas e barcos embalados pelo vaivém das ondas do mar, mantém os casarios coloniais do povoamento inicial muito bem preservados pela comunidade. Situada entre o mar e a Serra do Tabuleiro, se destaca pelo patrimônio natural, histórico e cultural. A Praça, atualmente denominada Inácio Paulo Dalri e onze edificações históricas foram tombadas pelo IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Os quatro cantos da praça ainda conservam os traços e medidas originais utilizadas pelos colonizadores lusitanos para a prática do comércio, há mais de 250 anos.
Palhoça faz parte da Microrregião Geográfica de Florianópolis, juntamente com os municípios de Biguaçu, São José, Florianópolis, Governador Celso Ramos, Antônio Carlos, São Pedro de Alcântara, Santo Amaro da Imperatriz e Paulo Lopes.
Aos que escolheram essa terra para morar e criar seus filhos encontraram acolhida e participam da evolução e progresso do Município.
O Morro da Pedra Branca fascinado com o desvelo de seus filhos abraça os novos loteamentos e bairros que se erguem aos olhos nus de sua face. Contempla o franco desenvolvimento do bairro Pagani que abriga a sede administrativa do município, Fórum, Cartórios, Shopping Via Catarina, e grande quantidade de prédios residenciais e comerciais;
O bairro Pedra Branca, uma antiga fazenda de 250 hectares tornou-se referência em planejamento sustentável. Possui um Parque tecnológico com indústrias de pequeno e médio porte e participa do Programa de Desenvolvimento do Clima Positivo, lançado pelo ex-presidente norte-americano, Bill Clinton,
Bela Vista, São Sebastião, Caminho Novo, Passa Vinte, Ponte de Imaruim e a região Central, todos caminham em ritmo acelerado ao encontro do futuro harmônico entre progresso e qualidade de vida. Por Neusa Bernado Coelho- Poetisa-Historiadora
Palhoça magnificente
Vamos todos dar as mãos
Paz e amor a toda gente
Esse desejo é do cidadão
Praias mar de renda
Embaladas pelo vento
Ornadas entre as ondas
Deleite ao talento
O silenciar da noite
Nos montes e regaços
No mangue a lama é leite
Para caranguejo tramar laços
Luz no silêncio louvado
Praias miradas no céu
Olfato no mar desbravado
Maresia cheiro de mel
Encantam os bancos das praças
Dos enamorados casais
Na mais refinada graça
Desfilam os jovens e seus ideais
O tempo passou a borracha
Transformou nosso espaço
Ficou a lembrança esparsa
E a saudade, confesso!
127 anos de labor e coragem de seu povo
Parabéns gloriosa Palhoça!
Por Neusa Bernado Coelho- Poetisa-Historiadora