O comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Diego Pereira Chanes, participou da sessão plenária da Câmara Municipal de Palhoça do dia 10 de março para discutir o projeto de lei que trata principalmente de dois temas relacionados à segurança pública do município: a situação dos moradores de rua no município e a regulamentação do funcionamento de bares e conveniências. O comandante foi convidado pelo vereador Alexandre Silveira de Sousa.
Pessoas em situação de rua
Ao abordar a questão dos moradores em situação de rua, Chanes destacou que o tema vai além da atuação policial e exige uma reflexão sobre como a sociedade deseja lidar com essa realidade. “Os senhores devem realmente analisar de que forma nós vamos tratar essas pessoas no município de Palhoça. De que forma essas pessoas vão ser ou auxiliadas, ou até retiradas dessa situação. Porque uma coisa é você optar naturalmente por viver à margem da sociedade, e uma outra situação muito diferente é você trazer transtornos para a sociedade”, afirmou.
O comandante pontuou ainda que o município precisa tomar uma atitude para garantir tanto o bem-estar dos moradores de rua quanto a segurança da população. “Me entristece quando vou a uma praça da cidade e vejo que uma mãe não se sente confortável para levar a filha porque lá está uma pessoa em situação de rua. Onde é que essa pessoa faz as necessidades? Onde é que ela joga o resto de comida? Será que aquele local ainda está em condições de higiene para que uma mãe leve o seu filho, para que o pai vá brincar de bola no final de semana?”, questionou.
Bares e conveniências
Sobre a regulamentação de bares e conveniências, Chanes ressaltou que a polícia não é contra esses estabelecimentos, mas que é necessária uma normatização para evitar problemas de segurança e ordem pública. “Temos problemas envolvendo conveniências? Temos, inúmeros. A Polícia Militar quer que acabe? Não. A Polícia Militar não quer que acabe. Pelo contrário, nós não temos intenção de querer ou deixar de querer que nada acabe. Agora, também necessitamos de uma regulamentação, para que seja tranquilo para que o meu policial trabalhe, e para que fique claro para todos as regras do jogo”, explicou.
Ele também alertou que, sem um controle adequado, a situação pode se tornar irreversível, comparando com problemas de segurança enfrentados em grandes cidades. “Quando você perdeu esse limite, voltar é muito difícil. O Rio de Janeiro hoje está muito difícil de ser corrigido. Houve um breaking point lá que não perceberam. E hoje para você consertar o Rio de Janeiro é muito difícil. Eu espero que nós não tenhamos isso na nossa Palhoça”, declarou.
Por fim, Chanes reforçou que cabe aos vereadores definir o melhor caminho para o município e que a Polícia Militar estará pronta para garantir o cumprimento das regras estabelecidas. “A Polícia Militar é a favor daquilo que os senhores decidirem aqui. Porque os senhores fazem as leis, os senhores criam as regras e nós somos o órgão responsável por fazer com que essas regras sejam cumpridas”, concluiu.